COMO TUDO COMEÇOU
O Instituto Mundo Novo nasceu dos sonhos da jovem Bianca Simãozinho Carvalho.
Nascida e criada na Chatuba, aos 9 anos Bianca tinha ideias avançadas para uma criança da sua idade: questionava a desigualdade, refletia sobre a generosidade, a bondade e o amor ao próximo. E ainda tão nova gostava tanto de escrever que acabou escrevendo um livro, O Reino de Amor.
Sua mãe, Lucimar Simãozinho, sempre acreditou muito no potencial de sua filha e conseguiu apresentar o livro a um editor, que publicou as histórias em 2000. Bianca desenvolveu uma peça de teatro baseada nas histórias do livro e, com a publicação, iniciou um projeto de incentivo à leitura em escolas. Assim, conseguiu disseminar e vender seu livro.
Bianca teve a oportunidade de fazer o seu Ensino Médio no Rio de Janeiro, estudando em duas escolas localizadas no bairro de Bangu, o colégio Major Silva Neto e o colégio Excelsior. Nesta época, teve a chance de fazer um curso de pintura, experiência que marcou positivamente a sua juventude. Visitou bibliotecas, praças, lonas culturais e ficou maravilhada. Especialmente, pois não havia nada disso na Chatuba. E ela nunca deixou de se perguntar: por quê?
Quando terminou o Ensino Médio, aos 16 anos, Bianca decidiu que iria agir! Voltou para a casa dos pais e resolveu iniciar ali mesmo oficinas de artesanato e outras atividades culturais para crianças. Moveu a família toda para o único quarto do apartamento e transformou a sala em uma escolinha. Colocou um cartaz na vizinhança e, apenas com o boca a boca, na primeira semana, havia uma fila com centenas de crianças na sua porta querendo participar.
De início, sua ideia era aceitar crianças a partir dos 6 anos e já alfabetizadas. Mas logo ela percebeu que não havia crianças para atender a essa demanda, uma vez que a comunidade carecia de Educação Infantil e muitas de suas crianças simplesmente vagavam pelas ruas, sem ter acesso a educação e alimentação. Bianca começou, então, a alfabetizar as crianças e também dava lanche a elas pelo menos uma vez por dia. Tudo isso sem grandes recursos, contando com a boa vontade e ajuda de amigos e parentes que acreditavam nos seus ideais.
No dia 08 de janeiro de 2003, nasceu a ONG Mundo Novo da Cultura Viva. Passados apenas três meses, em abril de 2003, Bianca conseguiu alugar uma casa e transferir para lá o projeto. Em 2005, a sede foi transferida para outro espaço alugado.
Em março de 2003, o projeto começou a funcionar em uma casa alugada e, em julho de 2004, a instituição passou a ser legalmente conhecida como ONG Mundo Novo da Cultura Viva, pioneira na comunidade. Em 2006, Bianca recebeu o Prêmio FazDiferença do Jornal O Globo na categoria Educação, além de outros reconhecimentos (http://www.ongmundonovo.org.br/na-midia). Em 2007, a instituição recebeu a doação de um terreno pela empresa MG CRED para a construção de sua sede própria, por meio da participação de Bianca no programa Domingão do Faustão. Depois de dois anos de planejamento e trâmites para legalização, em 16 de fevereiro de 2009, iniciou-se a construção da sede, com a estrutura de um prédio de três andares contendo salas adequadas, biblioteca, sala de informática, teatro etc. Em abril de 2010, a ONG recebeu a Certificação de OSCIP e, a partir de junho desse mesmo ano, passou a ser chamada de INSTITUTO EDUCACIONAL E CULTURAL MUNDO NOVO, criando uma nova filosofia através de cinco pilares: empreendedorismo, educação, cultura, esporte e cidadania. Somente em fevereiro de 2011 houve de fato a mudança para nova sede – ainda em fase de acabamento – onde já estão funcionando o primeiro andar e algumas salas do segundo andar.
Hoje a sede própria da Instituição possui três andares, com quatro salas de aula, um ateliê de costura e artesanato, sala multimídia, duas salas profissionais de dança, sala de informática, biblioteca, brinquedoteca, parquinho, um teatro no terceiro andar, cozinha, refeitório, secretaria e banheiros.
O trabalho desenvolvido trouxe reconhecimento para a instituição, como o Selo do Programa Shell Iniciativa Jovem (2007), o Prêmio Faz Diferença do Jornal O Globo (2007), o Ponto de Cultura do Estado do RJ (2009), o Ponto de Leitura (2012), o Pontinho de Cultura (2012), o Prêmio Agente Jovem de Cultura pelo Ministério da Cultura (2012), o Prêmio Laureate Brasil 2013 (Jovens Empreendedores Sociais), O Selo Favela Criativa em Janeiro de 2015 pela Sec. Estadual de Cultura e a Light, ainda em 2015 o Instituto Recebeu o Prêmio Nacional da Juiza Patrícia Aciole de Direitos Humanos, entre muitos outros destaques, menções, homenagens e premiações.